Tadeo Kulina, de 34 anos, morava na aldeia Foz do Acuraua, em Envira, e desapareceu ao trazer a esposa grávida para Manaus. Ele foi encontrado morto e causa foi espancamento
(Foto: Reprodução)
A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI) emitiu, nesta semana, um manifesto de repúdio cobrando uma investigação sobre a morte do indígena Tadeo Kulina, de 34 anos, que foi espancado até a morte em Manaus. Ele morava na aldeia Foz do Acuraua, no município de Envira, e desapareceu em Manaus, para onde veio acompanhar a esposa grávida.
De acordo com a entidade, o casal, que não conhecia a cidade e compreendia pouco o português, chegou à capital amazonense dia 1º de fevereiro. Sem o devido acompanhamento, segundo afirmou a organização indígena, eles foram encaminhados diretamente para a Maternidade Ana Braga, na Zona Leste da cidade.
O desaparecimento de Tadeo foi dado no dia 13 de fevereiro. Dias depois, o corpo do indígena foi encontrado no Instituto Médico Legal (IML), tendo como causa da morte “espancamento”.
Segundo a organização, várias informações estão sendo omitidas e algumas delas estão desencontradas. Até mesmo no Boletim de Ocorrência (B.O), registrado no dia 16 de fevereiro, não teria detalhamentos sobre o caso. A entidade denuncia ainda a falta de cuidados necessários na transferência de indígenas para Manaus ou outra cidade.
Sem informações concretas, a entidade indígena questiona “Quem matou Tadeo Kulina?”. Na nota, a organização também prestou solidariedade ao povo Madiha Kulina e a todos povos indígenas vítimas de violência.
A entidade afirma também que repudia a ideia propagada de que Tadeo seria culpado por ter sido morto, já que estava tendo “alucinações”, e exigiu respostas esclarecedoras, legais e legítimas sobre a morte do indígena.
Por meio de nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que o caso foi registrado na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), mas destacou que "mais informações não podem ser repassadas".
A reportagem de A Crítica também questionou a Secretaria de Saúde sobre a morte do indígena, e aguarda posicionamento.