Eleições 2022

Oito nomes na disputa do Governo do Amazonas

Eleição para o governo tem Amazonino, Braga, Carol Braz, Henrique Oliveira, Israel Tukuya, Nair Blair, Ricardo Nicolau e Wilson Lima

Giovanna Marinho
07/08/2022 às 09:15.
Atualizado em 07/08/2022 às 09:15

(Foto: Agêmncia Brasil)

A 56 dias do primeiro turno, oito candidatos se habilitaram nas convenções partidárias, encerradas nesta sexta-feira, a disputar o governo do Amazonas. O embate terá do atual ocupante do cargo, Wilson Lima (UB), a dois ex-governadores, que juntos somam seis mandatos à frente do Executivo estadual, Amazonino Mendes (Cidadania) e Eduardo Braga (MDB).

Traz também um vice-governador cassado, Henrique Oliveira (Podemos), um deputado estadual que disputou a Prefeitura de Manaus em 2020, Ricardo Nicolau (SD), um professor indígena, Israel Tuyuka (PSOL),  e duas mulheres: a defensora pública Carol Braz (PDT) e a empresária e uma das pivôs da cassação do ex-governador José Melo, Nair Blair (Agir). As candidaturas, agora, precisam ser registradas na Justiça Eleitoral e aprovadas.

Wilson Lima foi o que conseguiu construir o maior arco de aliança. Mesmo com as divergências protagonizadas pelo PL e o Avante, até o último minuto, pela indicação do candidato ao Senado, ao  todo o atual governador tem ao seu lado 10 partidos: PMN, Patriota, PTB, Republicanos,  Avante, PSC,  PL, PRTB e Progressistas e mais de 30 prefeitos.

Os últimos partidos a compor a supercoligação foram Progressistas, que está sob comando do vice-prefeito Marcos Rotta, e Republicanos, de Silas Câmara. O parlamentar, contudo, disse que vai fazer campanha de forma independente.

Além disso, Wilson ainda contará  com o apoio dos presidentes dos Legislativos municipal e estadual e leva para o palaque o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL) que concorre a reeleição.

Em uma construção muito menos conturbanda, Amazonino Mendes já tinha a federação encaminhada nacionalmente com o PSDB, do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto, que concorre ao Senado. O casamento das siglas no Estado, após a desistência do senador Plínio Valério (PSDB) de encabeçar a chapa ao governo, fluiu.

Amazonino também conta com o apoio de mais duas siglas menores: o  PMB, que  tem 25 candidaturas e que só concorrem à Assembleia Legislativa, o Democracia Cristão (DC) com 27 candidatos a deputados estaduais e três  para federal. Ambos declararam apoio ao ex-governador desde o início da corrida pelas alianças partidárias.

 Federação

 Eduardo Braga também tem cinco partidos aliados, três deles (PT, PCdoB e PV) fazem parte da Federação Brasil da Esperança. A articulação foi feita pelo PT em âmbito nacional para fortalecer o palanque do ex-presidente Lula, no Amazonas,  e líder nas pesquisas eleitorais.

“Apesar de serem nomes conhecidos dos eleitores amazonenses, Braga e Omar se apegam à expectativa de que, quando a campanha começar e Lula aparecer nos palanques, eles vão sair da rabeira e disparar. Esse otimismo passa pelos números positivos que o ex-presidente tem no Amazonas desde eleição de 2002, quando conquistou seu primeiro mandato”, avaliou o cientista social e mestrando  em ciências políticas  João Victor Passos.

O apoio de Lula a Braga foi construído por cima. A ala pró-Lula do MDB, da qual o senador faz parte, garantiu a adesão de 13 diretórios estaduais  da sigla à campanha do petista. O PSD, de Omar, não amarrou candidatura à Presidência, pelo menos no primeiro, turno. O senador desde o início da pré-campanha se aproximou do ex-presidente. Os deputados a deputado federal da sigla, Átila Lins, Marcelo Ramos e Sidney Leite, não devem pedir votos para Braga.

 Pernada

 Ricardo Nicolau  terminou o período de convenção no esquema perde-ganha. Na homologação da candidatura dele, há mais de uma semana, havia sido anunciada a coligação do Solidariedade com o PMN. Na quarta-feira, o PMN desistiu da união para marchar com  Wilson Lima. Porém, no penúltimo dia para definição dos arranjos partidários, o PSB de Serafim Correa acolheu a candidatura de Nicolau, deu a vice nessa chapa, e garantiu outro palanque para Lula no Estado.

 Campanhas com poucos aliados

 A divisão partidária, no entanto, não favoreceu as articulações para outros candidatos. Carol Braz (PDT), por exemplo, mesmo com o apoio do candidato à Presidência Ciro Gomes, deverá vir em campanha solo e apostando na renovação política para alavancar sua candidatura.

Quem também busca fazer da estreia na política  sua bandeira, é  Israel Tuyuka (Psol), que até o momento é o confirmado pelo partido em âmbito nacional para encabeçar a chapa da federação com a Rede Sustentabilidade. A confirmação da candidatura foi feita em meio a uma guerra interna. O  diretório estadual brigava para ter o nome do advogado Marcelo Amil. Até o fim dessa edição nenhuma das candidaturas foi formalizada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nair Blair foi a surpresa do pleito. A empresária  disputou somente uma campanha, em  2018, quando foi   candidata à deputada distrital no Distrito Federal e  obteve 150 votos. Ela foi o pivô da cassação do ex-governador José Melo (Pros), que tenta uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Foi de uma reunião dela com pastores evangélicos em 2014 que a Polícia Federal levantou parte das provas que levou à cassação de Melo.  

 Posto de vice selou alianças

 Outra composição que pode contribuir para o bom desempenho da campanha e que firma o compromisso entre os partidos é a escolha do vice.

Amazonino Mendes, por exemplo, cogitou lançar  uma chapa com o filho, Armando Mendes, mas desistiu da ideia para fortalecer a parceria com o PSDB. Optou pelo ex-deputado Humberto Micheles.

Wilson Lima segurou até o último momento o suspense sobre o seu vice que foi definido pelo prefeito David Almeida, o selou a aliança das duas máquinas públicas. O posto ficou com o  ex-secretário da Casa Civil da gestão municipal Tadeu de Souza. Ele disputou a vaga com mais quatro secretários municipais.

Eduardo Braga também usou a vaga de vice em sua chapa para amarrar o apoio com o PT de Lula. Mesmo após o diretório estadual da sigla articular a indicação do ex-senador João Pedro, quem ganhou a disputa  foi a secretária nacional da legenda, Anne Moura.

Ricardo Nicolau se aliou na última hora com o PSB e do partido trouxe sua companheira de chapa, a professora Cristiane Baliero (PSB).

Carol Braz (PDT) vem com  chapa puro sague com o engenheiro Cláudio Machado.

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