polêmica

Ambos do PT, Zé Ricardo critica discurso de Sinésio Campos sobre licença maternidade de Joana Darc

A parlamentar relatou nas redes sociais que estava em procedimento cirúrgico quando recebeu os vídeos da tribuna

Emile de Souza
online@acritica.com
25/04/2024 às 19:00.
Atualizado em 25/04/2024 às 19:00

Zé Ricardo, Sinézio Campos e Joana Darc (Foto: Reprodução)

O ex-deputado Zé Ricardo, do Partido dos Trabalhadores (PT), criticou as falas do deputado estadual Sinésio Campos, do mesmo partido, por discurso feito na terça-feira (23), na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), sobre a necessidade da Comissão de Meio Ambiente não sofrer descontinuidade enquanto a presidente Joana Darc está de licença maternidade. 

Zé Ricardo criticou o discurso de Sinésio na Aleam, disse que as falas do deputado Sinésio são um absurdo, que o PT lutou e apoia esse direitos trabalhistas. 

“Pelo que vi aqui estaria faltando membros da comissão e eu acho que falar sobre o funcionamento da comissão é uma coisa, mas falar que tem a ver com licença maternidade acho que não caberia, pois está afastada exercendo seu direito a licença maternidade e o presidente da assembleia tem que ver os meios para que a comissão funcione mas as mulheres deputadas afastadas por licença maternidade não tem culpa”, disse o ex-deputado.

Em seu discurso na tribuna, o deputado Sinésio Campos afirmou que embora seja um direito justo e legal, as comissões não podem parar quando seus presidentes estiverem de licença médica ou de licença maternidade. 

“Que qualquer parlamentar que esteja de licença médica ou licença maternidade não possa ter descontinuidade nas comissões, pois sabemos que existe comissão e existem deputados e deputadas que fazem parte dessa comissão, que não pode sofrer descontinuidade”, afirmou o parlamentar.

 O deputado informou, ainda, que iria propor um Projeto de Lei (PL) para regulamentar o funcionamento das comissões.

“Existe outro parlamentar aqui, doutor Gomes que compõe essa comissão que possa dar sequência. Vou apresentar pois sei que é importante, pois sei que qualquer que seja o trabalhador, seja licença maternidade ou médica, que esta casa não pode sofrer descontinuidade”, afirmou Sinésio.

A presidente da Comissão da Mulher, deputada Alessandra Campelo, disse que a responsabilidade deveria ser atribuída aos membros da comissão que estão presentes na Casa Legislativa. 

“O senhor está certo de que a comissão não pode parar, mas precisamos deixar claro para nossa audiência que as deputadas não tem essa responsabilidade pois estão de licença a maternidade, não tem como sair pra resolver esse tipo de problema e essa Casa precisa se acostumar aos direitos das mulheres, seja deputada ou servidora da casa”, ressaltou Alessandra Campelo.

Após o discurso do deputado, Dr. Gomes assumiu  a presidência da Comissão e Carlinhos Bessa como suplente.

Zé Ricardo ressaltou que defende os direitos das mulheres e que o PT foi o primeiro partido a aderir os 30% do mínimo de mulheres nas chapas eleitorais e que seguem com políticas de paridade de gênero. 

“Eu defendo esse direito à maternidade tranquilamente, mas em relação ao partido, não há nenhuma dúvida quanto ao direito das mulheres”, afirmou.

O deputado Sinésio rebateu as críticas dizendo que sua intenção era evitar a paralisação da comissão e não uma cobrança pela presença da deputada.

“Independente de deputado ou deputada, quem está de licença, ou maternidade ou paternidade, ou que está afastado para ocupar cargos com secretário de Estado, quando se licencia por vários motivos do Parlamento Estadual, se espera que a pessoa de repente presida uma comissão, essa comissão não pode sofrer descontinuidade. Ou seja, o suplente tem que assumir todos os projetos que estão tramitando. Então não tem a questão de gênero”, disse o parlamentar.

Sinésio disse que suas falas foram tiradas de contexto, pois está alinhado ao posicionamento do PT em defender os direitos dos trabalhadores. 

“O que teve foi má fé de algumas redes sociais que, na verdade, induziram para um lado que não tem nada a ver. Deputado ou deputada aqui não é a questão de gênero, é a questão de dar celeridade aos projetos que tramitam aqui. O caso foi resolvido no mesmo dia, o suplente, que é doutor Gomes, já está relatando”, comentou.

A deputada Joana Darc relatou em vídeo pelas redes sociais que estava no procedimento cirúrgico com a filha quando recebeu os vídeos do deputado e que a assessoria estava verificando como proceder, já que não poderia assinar por nenhum projeto durante o período de licença.

“Estou cansada de explicar sobre a licença maternidade e sobre esse momento que estou passando, é um direito da mulher e da criança, principalmente da criança, que não tem pessoa que substitua a mãe nos primeiros meses de vida. Eu vou falar sobre o que aconteceu, porque é uma coisa que afeta muitas mulheres, eu me sinto até culpada de estar parando para isso, mas sei que é necessário”, relatou a deputada.
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