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Arthur Neto deixa PSDB e classifica atual direção do partido como 'decadente'

Decisão acontece horas depois de o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, retirar o ex-prefeito de Manaus do comando do partido no Amazonas, e nomear o senador Plínio Valério no lugar

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17/11/2022 às 21:29.
Atualizado em 17/11/2022 às 21:33

(Foto: Arquivo AC)

 Em declaração nas redes sociais o ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto, chamou a atual direção de partido de 'decadente' ao comunicar sua desfiliação após 33 anos. Fundador histórico do partido, ele foi retirado do cargo de presidente do PSDB no Amazonas nesta quinta-feira (17), por uma decisão do presidente nacional, Bruno Araújo.  "Há futuro pela frente e, para mim, nem posso dizer se, um dia, me filiarei a algum outro partido", disse. Atual senador Plínio Valério é o novo presidente provisório do partido AM. 

Decisão acontece após a derrota na última eleição para o Senado, quando ficou em terceiro lugar. Arthur desejou êxito para nova direção, mas não sinalizou qual será seu futuro político.

"Fiquei feliz e aliviado quando soube, pelo meu filho e só por ele, da decisão do PSDB de entregar o comando regional do Amazonas a um grupo de pessoas às quais desejo felicidades, êxitos, distância da corrupção e independência em relação a certos partidos e certos políticos. Fico feliz, porque me machucava bastante o coração ver aquele que já foi o melhor - e de mais significativo legado - partido da história republicana brasileira se descaracterizar e se ir transformando numa agremiação parecida com tantas outras, filhas da mesmice, da irrelevância e da mediocridade. Minha lealdade e senso de responsabilidade me impediram, durante um bom tempo, de abandonar o partido que, incontestável e efetivamente, ajudei a construir. Obrigado, portanto, por me propiciar a oportunidade de sair, de cabeça erguida e aliviado da carga que já não me agradava carregar", diz trecho da publicação do ex-prefeito de Manaus.

Arthur Neto aproveitou para resgatar o histórico de aliado na construção do partido, que nasceu no fim da ditadura militar no Brasil, e sua atuação como líder da oposição ao primeiro governo Lula, de 2003 a 2006.

"Fiz parte da 1ª Executiva Provisória do MDB, no Rio de Janeiro, por indicação da liderança estudantil, para confrontar o adesista governador Chagas Freitas e não permitir que o partido de oposição à ditadura fosse dominado pelos que tinham apego mórbido a cargos e vantagens públicos. Daí em diante foi uma sequência de missões que, inapelavelmente, me levavam a lutar com muita força pelo restabelecimento do regime democrático. Conquistada a democracia, muitas lutas passaram a ser motivo de vida para meu cérebro e meu coração. Fui deputado federal e senador por 20 anos, duas vezes líder congressual do presidente-estadista Fernando Henrique Cardoso, que me conferiu a honra de poder colaborar com o Brasil na condição de Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Como senador, liderei a brilhante, influente e numerosa bancada de senadores tucanos, atuando na trilha de uma oposição dura e sensata ao presidente Lula da Silva. Capitaneamos a derrubada do imposto injusto, que cobrava a mesma alíquota de ricos e pobres: a prejudicial CPMF. E mostramos ao presidente reeleito que, com aquela bancada respeitável a vigiá-lo, ele jamais conseguiria o que era, na verdade, o “venezuelano” terceiro mandato". Muito bem, prezado presidente Bruno. Agradeço seu gesto. Essencial para entender a índole daqueles que hoje dirigem um partido decadente, que já foi o mais respeitado no país, com reflexos mais que positivos no exterior. Mas volto a agradecer sua atitude, para mim uma alforria, uma libertação. O futuro a Deus pertence. E como bem dizia o poeta Ronaldo Cunha Lima, “em política, ninguém mata, ninguém morre. Comunico—lhe, enfim, minha desfiliação do partido que recebeu quase 35 anos da modesta contribuição que eu e minhas limitações lhe poderiam emprestar. Saudações democráticas", finaliza Arthur.

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