Movimento de acompanhar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. O ex-procurador, segundo entendimento do TSE, deixou o cargo no MPF para evitar uma sanção disciplinar
(Foto: Divulgação/MPF)
A decisão de confirmar a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados nesta terça-feira. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), juntamente com os demais membros da Mesa, optou por analisar prontamente o assunto e ratificar a perda do cargo apenas uma semana após a apresentação da defesa por parte de Deltan.
O TSE decidiu cassar o mandato do ex-procurador sob a justificativa de que ele deixou o cargo no Ministério Público Federal (MPF) para evitar uma sanção disciplinar. O deputado nega essa alegação e afirma que sua saída ocorreu para auxiliar na pré-campanha do ex-juiz Sergio Moro, que, no final de 2021, estava buscando se estabelecer como candidato à Presidência, mas acabou concorrendo ao Senado.
Para ocupar a cadeira deixada por Deltan, o deputado Pastor Itamar Paim (PL-RS) será empossado, o que aumentará a representação do PL de 99 para 100 deputados. O Podemos está buscando manter a vaga e apresentou um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral para que Luiz Carlos Hauly assuma o cargo na Câmara. Hauly foi o segundo candidato mais votado do partido, porém não alcançou o número mínimo do quociente eleitoral.
Deltan foi o líder da força-tarefa da Lava Jato no MPF do Paraná e sua atuação na operação gerou hostilidade por parte de diversos políticos, apesar de ter recebido o apoio de vários parlamentares em um pronunciamento realizado no dia da decisão do TSE. Em entrevista ao GLOBO, o ex-procurador revelou que tentou entrar em contato com Lira para tratar da cassação, mas não conseguiu ser atendido.