Presidência do Legislativo

CMM realiza eleição nesta segunda-feira em meio a uma guerra de bastidores

Ao menos três parlamentares figuram candidatos à presidência da Casa: Caio André, Sassá da Construção e Eduardo Assis

Emerson Medina
politica@acritica.com
04/12/2022 às 08:06.
Atualizado em 04/12/2022 às 08:20

O plenário da Câmara Municipal de Manaus é composto por 41 vereadores, com salário bruto de R$ 18 mil cada cotão de R$ 33 mil (Foto: Robervaldo Rocha/CMM)

Além da Copa do Mundo, a próxima segunda-feira será decisiva para os moradores de Manaus e a vida política local. Será a definição da presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM) em um processo que teve tentativa de  mudança das regras, rachas e candidatos com o lema da independência. 

Os nomes lançados oficialmente como candidatos ao comando da CMM são: Caio André (PSC) e Sassá da Construção Civil (PT). Eduardo Assis (Avante) é apontado por fontes como o atual candidato do prefeito David Almeida (Avante) para a disputa.  Diferente do que era comentado nos bastidores na casa, Wallace Oliveira (Pros), atual vice-presidente,  negou que seja candidato.

Vereador Caio André tem mobilizado o apoio de vários parlamentares em torno de sua candidatura a presidente (Foto: Robervaldo Rocha)

 Caio André tem  perto de 20 vereadores com apoio declarado à sua candidatura. Suas manifestações em entrevistas e também ao podcast do SIM e NÃO destacam a “transparência” e “reaproximação” da Câmara com a sociedade. 

O vereador diz que fará na presidência uma gestão para trazer as pautas positivas com  assuntos para mudar as vidas das pessoas, trazer a cultura do desenvolvimento sustentável para a Câmara e ampliar a acessibilidade para as pessoas com deficiência. Ampliar o diálogo com todos os podres e com a imprensa também é bandeira de Caio André.

Candidato independente, considerado uma surpresa no processo, Sassá da Construção Civil (PT) diz que sua principal característica, se eleito, será a transparência e manter um diálogo com todos os vereadores e a população para aproximar os trabalhos da casa com a sociedade. 

Vereador Sassá da Construção diz que, se eleito, priorizará a transparência administrativa e o diálogo interno (Foto: Robervaldo Rocha/CMM)

 Ele também considera o trabalho desenvolvido pela escola do Legislativo (Escolegis) muito importante e pretende ampliar o leque de cursos de acordo com a demanda por vagas de emprego.

Vereador Eduardo Assis é apontado, nos bastidores, como o candidato a presidente apoiado pelo prefeito David Almeida (Foto: Robervaldo Rocha)

 A CRÍTICA procurou o vereador Eduardo Assis (Avante) para saber suas propostas, mas ele não respondeu até o fechamento desta edição.

Para o vice-presidente da CMM, Wallace Oliveira (Pros), a casa deve ter autonomia. “O poder não é pelo poder, é para poder. Vejo algumas pessoas muito vorazes, talvez pelo orçamento que a Câmara Municipal de Manaus tenha. Considero alguns atores estranhos ao processo. Da minha parte serei alguém com plena independência, para cobrar quem quer que seja. Tenham certeza de que serei ainda mais atuante. A Câmara Municipal de Manaus é dos vereadores. Ponto”, afirmou.

Articulação

O presidente da CMM, David Almeida, tentou articular uma  emenda à Lei Orgânica do Município para permitir  que ele disputasse a reeleição para o cargo no mesmo mandato, o que hoje é proibido. A iniciativa provocou  o racha da base.

Polêmicas

Gestão do atual presidente da CMM, David Reis (Avante), foi marcada por questões polêmicos. Uma delas foi a construção de um anexo ao prédio da Câmara,  que custaria R$ 32 milhões, mas acabou barrado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) após ação do vereador Amom Mandel (Cidadania) e Rodrigo Guedes (Republicanos).

Atual presidente da CMM, vereador David Reis, articulou proposta de mudança da Loman para tentar a reeleição, que não foi adiante (Foto: Robervaldo Rocha/CMM)

 Outro projeto contestado foi o contrato de 41 picapes por R$ 8 mil mensais, que acabou sendo desfeito. A mais recente iniciativa, que ganhou repercussão, foi o chamado ‘kit selfie’, um serviço que seria contratado para fornecer aos vereadores maquina fotográfica, microfone e acessório de audiovisual. A  compra é alvo de investigação pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM).
  
Houve ainda, com aprovação do plenário da casa,  o aumento do cotão, verba para bancar as atividades relativas ao exercício do mandato, que saltou de R$ 18 mil para R$ 33 mil. 

Desgaste

Para o advogado e analista político, Carlos Santiago, a nova direção da Câmara tem a obrigação de melhorar a imagem do parlamento municipal que, segundo ele está desgastada com a população, que manifestou isso de forma explícita nas últimas eleições.

“Dos 25 vereadores que concorreram ao pleito deste ano, apenas um, que também é  da base do prefeito David Almeida se elegeu para a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e ainda assim por conta do coeficiente eleitoral (Wanderley Monteiro do Avante). Isso é um recado dado pelo eleitorado nestas eleições”, avalia o analista.

Na avaliação dele,  o eleitor entende que os vereadores não cumprem com suas atribuições constitucionais que é o de propor e aprovar leis de interesse da coletividade e o de fiscalizar os atos do poder executivo municipal. 

“A maioria dos vereadores têm se comportado apenas como carimbadores dos atos do executivo municipal”, disse.

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