POLÊMICA

Ex-diretor do Banco Central classifica ZFM como 'aberração' e gera revolta em políticos do AM

A afirmação de Alexandre Schwartsman gerou falas duras dos deputados Sinésio Campos, Wilker Barreto e Marcelo Ramos, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de hoje (25). A declaração de Schwartsman foi feita em entrevista à TV Cultura na terça (24)

Karina Pinheiro
politica@acritica.com
25/10/2023 às 14:50.
Atualizado em 25/10/2023 às 14:58

Sinésio Campos (esquerda) e Wilker Barreto (direita) criticaram as falas de Schwartsman (centro) durante a sessão de hoje na Aleam (Fotos: Reprodução)

A declaração do ex-diretor do Banco Central do Brasil (BSB) Alexandre Schwartsman de classificar  a Zona Franca de Manaus (ZFM) como uma ‘aberração’ provocou a revolta de políticos do Amazonas. A afirmação foi feita em entrevista à TV Cultura na  terça-feira (24).

Durante a sessão plenária da  Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) desta quarta-feira, o deputado Sinésio Campos (PT) foi agressivo ao comentar o assunto.  "Cara de nazista, mau-caráter, sem-vergonha. Vem para cá, bandido, para você ver o quê que é. Esse tipo de gente é quem quer arrancar cada moeda. Eles querem ter a floresta amazônica preservada, mas esquecem que aqui existem homens e mulheres que precisam viver com dignidade. É esse tipo de figura que na reforma tributária quer retirar os incentivos da ZFM", afirmou o deputado.

O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) classificou as falas de Schwartsman de "infelizes" e anunciou que irá apresentar um requerimento à TV Cultura manifestando repúdio às palavras do economista. "O Amazonas não pode ser norteado pela fala de um imbecil. Aquele economista desconhece o posicionamento estratégico que o nosso estado tem e desconhece a importância da ZFM. Farei um requerimento à TV Cultura. Pelo menos, chamem também o contraditório, chamem alguém que conheça o modelo da ZFM", reforçou o político.

O ex-deputado federal Marcelo Ramos publicou um vídeo em seu perfil, em que desaprova a declaração do economista.
“Ele teve uma atitude desrespeitosa com o povo do Amazonas e com o Brasil. O grande inimigo da Zona Franca hoje é a ignorância, o preconceito, o desconhecimento da realidade de um país, de dimensões continentais muito diversos, com desigualdades regionais muito profundas e que, portanto, não cabe na cabeça de quem pensa que o Brasil é apenas São Paulo”, afirmou em um trecho do vídeo.

Para A CRÍTICA, o secretário da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, disse que há muita desinformação  sobre o que é a ZFM. “Há razões históricas pelas quais a ZFM foi criada, ele precisa estudar mais a história do Brasil, entender  que não é do jeito que ele está falando. Ele precisa conhecer as razões históricas da criação da Zona Franca de Manaus e a importância que ela tem no contexto mundial em função da preservação do meio ambiente”, declarou.

A declaração

O ex-diretor do Banco Central do Brasil (BSB) Alexandre Schwartsman durante entrevista à TV Cultura ao ser questionado sobre as férias coletivas concedidas aos trabalhadores do Distrito Industrial, devido à estiagem, respondeu criticando o modelo de desenvolvimento.

“É mais fácil perguntar: Por que diabos a indústria ‘tá’ lá e o centro consumidor está aqui? Porque tem uma aberração chamada Zona Franca de Manaus. Então, depende de todos os modais. Bom, se fosse em um lugar que ficasse perto do mercado consumidor, a gente não estaria passando por isso. Mas, agora eles têm mais cinquenta anos para aquela indústria infante, na região amazônica e quando acabar os cinquenta, a gente vai ter mais cento e vinte, que é para dar sorte”, disse o economista.

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