Clóvis Corubão (PT) acusou organizações não governamentais de “tutelarem” e imporem uma “ditadura” no município amazonense considerado o mais indígena do Brasil
Clóvis Corubão participou do podcast Sim & Não (Foto: Paulo Bindá)
Prefeito de São Gabriel da Cachoeira (AM), Clóvis Corubão (PT) acusou organizações não governamentais de “tutelarem” e imporem uma “ditadura” no município amazonense considerado o mais indígena do Brasil.
Em entrevista ao podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, ele foi questionado sobre o que pensa a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está em andamento no Senado e investiga a atuação dessas organizações na Amazônia. A CPI é comandada pelo senador bolsonarista Plínio Valério (PSDB-AM).
Corubão iniciou a resposta afirmando que antes a atuação mais forte no município era de padres até que houve denúncias de escravidão praticada por membros da igreja contra os povos indígenas da região.
Perguntado sobre quais melhorias exatamente as organizações impedem, o prefeito não citou casos específicos e buscou reforçar o argumento de ‘tutela’ por parte das ONGs.
A reportagem pediu posicionamento do ISA e aguarda retorno.
Defensor da mineração em terra indígena e orgulhoso do passado como garimpeiro, o prefeito petista é criticado pela principal entidade da região, a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), parceira do ISA.
Para A CRÍTICA, o gestor municipal afirmou que deixou a pauta do garimpo de lado para se alinhar ao presidente Lula (PT), um crítico da atividade ilegal, embora ainda defenda o que chama de ‘pequena mineração sustentável’.
Ele negou que tenha levado a pauta ao Grupo de Trabalho (GT) dos Povos Indígenas, criado na transição do governo Lula. “Eu levei meus pedidos que o povo precisa, como água, energia, luz, tudo”, afirmou o gestor.
Ele voltou a dizer que a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o mandou calar a boca em uma das reuniões. “Outro dia ela falou ‘prefeito, você defende o garimpo e você está levando a conversa no Ministério de Minas e Energia’ e falei que minha pauta era outra coisa”.