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Manaus vira munição em sabatina do Jornal Nacional

Bolsonaro foi questionado sobre crise do oxigênio na cidade; e Ciro Gomes criticou decretos do IPI

Jefferson Ramos
jeffersonramos@acritica.com
25/08/2022 às 18:40.
Atualizado em 25/08/2022 às 18:40

Bolsonaro foi entrevistado na segunda e Ciro, na terça (Reprodução/TV Globo)

Nesta semana, Manaus esteve presente na sabatina dos presidenciáveis Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) no Jornal Nacional, da TV Globo. O presidente foi questionado sobre a falta de apoio logístico na crise do oxigênio ocorrida na cidade em 14 de janeiro de 2021. Já Ciro criticou o que chamou de "assédio" do presidente contra a Zona Franca de Manaus (ZFM) com a redução recorrente da alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o que afeta a competitividade do modelo. 

Confrontado pelos entrevistadores sobre o papel do governo federal na crise de oxigênio em Manaus, Bolsonaro afirmou que o governo dele atuou rapidamente e que a falta do insumo durou apenas 48h. 

“Negativo, menos de 48 horas estavámos entregando cilindros lá em Manaus. Lá foi uma coisa atípica, anormal, que aconteceu de uma hora para outra. Menos de 48 horas cilindros começaram a chegar em Manaus de alguns pontos do Brasil. Fizemos a nossa parte em Manaus”, se defendeu o presidente. 

Acontece que familiares de pacientes graves de covid-19 relataram à época que a falta de oxigênio durou até o dia 26 de janeiro, quase duas semanas.

No total, 542 pacientes foram transferidos em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para hospitais de 16 estados. A operação iniciou em 15 de janeiro e seguiu até 10 de fevereiro. 444 pacientes retornaram com vida ao Amazonas.

Três dias antes da crise eclodir, em 11 de janeiro, a White Martins, empresa responsável pelo fornecimento de oxigênio ao governo do Amazonas, informou que a demanda estava seis vezes acima do que vinha sendo registrado ao longo da pandemia.

Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), um relatório apontou que o Ministério da Saúde foi informado no dia 8 de janeiro sobre a iminente falta de oxigênio pela empresa White Martins.
 
Durante o período, documentos enviados do Ministério da Saúde a Manaus sugeriam a criação de tendas para indicar remédios sem eficácia comprovada contra a Covid.

Ciro Gomes disse, na sabatina da Globo, que a ZFM “está sendo assediada para ser destruída por conta de uma política de mudança de IPI do Bolsonaro”. “Dali vem 8% da produção industrial brasileira”, observou.

A fala foi dada quando Ciro comentava a questão ambiental. Questionado por William Bonner sobre o tema, o candidato disse que, primeiro, é preciso compreender que, na lógica de ocupação da Amazônia durante do Regime Militar, cerca de 40 milhões de brasileiros do Sul e Nordeste migraram para a Amazônia em meio à política do “integrar, para não entregar” a região.

“E sabe qual era a condição que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) impunha ao amazônida, ao brasileiro que foi trabalhar e produzir na Amazônia? Mostrar que desmatou. Se ele não mostrasse que desmatou, o Incra não dava o papel da terra. De repente, em um período de meia geração, isso vira crime hediondo; os nossos irmãos de lá não entendem”, declarou.

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