Decretos federais

Número de CACs na Amazônia tem explosão de quase 500%

Registros de caçadores, atiradores e colecionadores saíram de 2.648 em 2018 para 14.958 em 2021 na 12ª Região Militar que compreende Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia

Waldick Júnior
waldick@acritica.com
10/09/2022 às 08:50.
Atualizado em 10/09/2022 às 08:50

Armas de fogo para caça expostas para venda na loja São Domingos Caça e Pesca Ltda em Manaus (Foto: Arquivo/AC: 14/JAN/2019)

Entre 2018 e 2021, o registro de caçadores, atiradores e colecionadores subiu de 2.648 para 14.958, um aumento de mais de quatro vezes (464,9%). Os números se referem à soma dos registros no Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia e são da 12ª Região Militar, que computa os dados, porém não detalha por estados.

Para efeito de comparação, a alta percentual na região (464,9%) é muito maior que a taxa de crescimento observada em todo o Brasil no mesmo período, 126,7%. As informações constam no relatório Amazônia no Alvo, publicado em julho deste ano pelo Instituto Igarapé. 

Segundo o texto de apresentação da pesquisa, “tal facilitação [no acesso às armas]  não foi acompanhada pelo fortalecimento dos controles estatais para evitar os desvios desses arsenais para a ilegalidade”.

O instituto sugere que os órgãos de segurança pública da Amazônia Legal avancem na capacidade de rastreamento sistemático das armas apreendidas usadas em crimes, o que poderia permitir identificar a origem, e se há relação com a facilitação da circulação de armas.

Caça
Outro ponto destacado pelo relatório é a existência de autorizações para caçadores na Amazônia, ainda que haja apenas autorização para abate de uma espécie de animal no país, o javali, cuja incidência na região é verificada em apenas 125 dos 772 municípios que compõem a Amazônia Legal, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Para a gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollaci, por trás dos pedidos para registros de caçador, pode haver a intenção de ter acesso à arma de maneira mais rápida.

“Temos sim, pessoas mal intencionadas que solicitam o registro como caçador porque é mais fácil, embora não tenha essa finalidade”, diz.

Em agosto, os Institutos Sou da Paz e Igarapé divulgaram que o número de armas nas mãos de CACs chegou a um milhão em julho, em todo o Brasil. É um crescimento de 187% entre 2019 e 2022, em comparação a 2018, quando o país somava 350 mil armas com caçadores, atiradores e colecionadores.

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por