Instituição assinou Protocolo de Intenções com a mineradora Potássio do Brasil, em março
Sylvio Puga concedeu entrevista para o podcast Sim & Não (Foto: Reprodução / You Tube)
Em entrevista ao podcast Sim & Não, de A CRÍTICA, o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sylvio Puga, defendeu a exploração de potássio em Autazes (AM). O empreendimento está judicializado desde 2016, por estar sobreposto a uma área habitada por indígenas do povo Mura.
Em março, a universidade assinou um Protocolo de Intenções com a mineradora Potássio do Brasil para realizar ações voltadas a minimizar os impactos socioambientais na região. Há expectativa de que também sejam realizadas ações conjuntas de ensino, pesquisa e extensão ligadas ao projeto da Potássio.
Ele disse que a Ufam foi procurada em 2017 para tratar do tema e que a instituição realizou estudos de avaliação sobre o empreendimento. Questionado sobre se havia um 'contrasenso' em assinar o acordo ao mesmo tempo em que a Ufam atua com indígenas, Sylvio Puga disse que não. A obra é criticada por parte do povo Mura.
O projeto defendido pelo Governo do Amazonas, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por parlamentares do estado é visto como um empreendimento importante para o país. O potássio é utilizado na produção de fertilizantes, cujo consumo no Brasil é abastecido, principalmente, por importações da Rússia e Bielorrúsia.
Por outro lado, o Ministério Público Federal (MPF), autor da ação que judicializou a obra, aponta que o projeto afeta três áreas indígenas em Autazes: uma demarcada (Paracuhuba), uma em demarcação (Jauary) e outra reivindicada pelos indígenas desde pelo menos 2003 (Soares/Urucurituba), segundo documentos da Funai.