Medicina integrativa

A Osteopatia Pediátrica no tratamento de assimetria craniana em bebês

O fisioterapeuta, Dr. Wagner Lacouth, pioneiro na Osteopatia Pediátrica no Amazonas, explica como essa prática da medicina integrativa complementar pode ajudar nesses casos

Gabrielly Gentil
online@acritica.com
14/03/2023 às 16:17.
Atualizado em 14/03/2023 às 16:18

Dr. Wagner Lacouth, fisioterapeuta osteopata pediátrico (Foto: Nathalia Carvalho)

A assimetria craniana em bebês também pode causar assimetria facial, como o desnivelamento dos olhos e das orelhas, diferença das bochechas (uma maior que a outra) e abertura irregular de mandíbula. O fisioterapeuta, Dr. Wagner Lacouth, pioneiro na Osteopatia Pediátrica no Amazonas, faz um alerta aos pais sobre a importância em estar atento a todas essas alterações. Ao caderno VIDA, de A CRÍTICA, o profissional esclarece o que é a assimetria craniana, como ela é identificada, as causas, e os devidos tratamentos. 

Mas, antes de tudo, entenda o que é a Osteopatia Pediátrica e qual o papel do fisioterapeuta osteopata nesses casos. “A osteopatia é uma prática da medicina integrativa complementar que consiste em um sistema de avaliação e tratamento, com metodologia e filosofia própria, que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção de terapia manual (‘toque’) sobre os tecidos (articulações, músculos, fáscias, ligamentos, cápsula, tecido nervoso, vísceras, vascular e linfático)”, explica o Dr. Wagner Lacouth, do Instituto Amazonense de Osteopatia Pediátrica (@osteopatia.pediátrica.manaus).

A osteopatia ajuda a tratar dores intensas, que podem atrapalhar a rotina do paciente. “É o caso de pessoas com problemas no nervo ciático, na lombar, na cervical, no ombro, cólicas, prisão de ventre, torcicolo, dificuldade pra dormir, enxaqueca, entre outras dores. Durante o tratamento, o osteopata tenta desvendar a causa do sintoma para curar o paciente”, ressalta o profissional. 

Assimetria craniana

O Dr. Wagner ressalta que desde a campanha pra diminuição da morte súbita em 1992, toda a comunidade científica passou a orientar aos responsáveis a deixar seus bebês dormirem de barriga para cima. “Essa atitude reduziu em 40% os casos de morte súbita do berço, mas ao mesmo tempo houve um aumento de deformidades de crânio e um enorme prejuízo no desenvolvimento motor de alguns bebês”, aponta. 

A assimetria é caracterizada por deformidades de formato na cabeça do bebê e se apresenta em três tipos: “A plagiocefalia posicional (quando um lado é achatado e o outro proeminente); a braquicefalia (quando há o achatamento de toda a parte de trás da cabeça do bebê); e a escafocefalia comumente visto em bebês prematuros que passam algum tempo em uma UTI ou descansam consistentemente em ambos os lados da cabeça”, esclarece Lacouth.

Causas

Segundo o profissional, a assimetria é sempre causada por um apoio excessivo numa mesma região da cabeça, numa fase em que a cabeça do bebê cresce muito rápido, podendo ser posicional ou vir desde dentro da barriga da mãe. 

Ela é dividida em leve, moderada e severa, e isso vai implicar no tempo de tratamento e forma de abordagem. Quando ela está em níveis mais altos, de moderado pra severo, existe toda a mudança de estruturas do crânio nas assimetrias, como por exemplo:

“A plagiocefalia posicional, que é o achatamento de um dos lados da parte de trás da cabeça (a cabeça do bebê fica torta ou amassada). Um olho ou orelha pode parecer mais alto/mais para frente do que o outro; a braquicefalia simétrica, que geralmente aparece como achatamento completo na parte de trás da cabeça. Pode haver um aumento da testa do bebê e, olhando de frente, as laterais podem aparecer de forma mais proeminente; e a braquicefalia assimétrica posicional, que geralmente aparece como achatamento na parte de trás da cabeça, porém, além de mais achatada na parte posterior, a cabeça também fica ‘torta’”, explica Dr. Wagner.

Ele destaca que essas questões vão além da estética, visto que uma criança sem tratamento se torna um adulto com assimetria craniana. “Otites, problemas de oclusão dentária, mastigação e dor na ATM são muito mais frequentes em pessoas com plagiocefalia posicional não corrigida, consequentemente leva uma alteração pro corpo inteiro”.

Tratamentos

O diagnóstico de assimetria craniana é dado pelo médico pediatra, médico neurocirurgião pediátrico e médico fisiatra. O tratamento é feito pelo fisioterapeuta especialista em osteopatia pediátrica, fisioterapeuta pediátrico com experiência em assimetria craniana e em casos graves e acima dos seis meses é necessário o uso de capacete “órtese”. 

“O tratamento deve ser o mais precoce possível. Quando um bebê tem assimetria craniana e acompanha uma atitude de desalinhamento de todo corpo, dificilmente vai melhorar sem ajuda. Histórias de partos prolongados, instrumentalizados, gemelares, prematuros e bebês muito grandes também podem aumentar a chance de assimetrias. Muitas vezes a assimetria Craniana vem associada de uma grande preferência no bebê caracterizado por um torcicolo que também precisa ser tratado, tirando assim essa grande preferência por um posicionamento. Como eu costumo dizer um corpo equilibrado todas as funções do bebê vão estar equilibradas e trabalhando da forma correta”, conclui. 

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