Quarta Fit

O que é o flexitarianismo?

O flexitarianismo é uma boa opção para quem pretende diminuir o consumo de carne animal e também para quem pretende iniciar no estilo de vida vegetariano e vegano

Junio Matos
24/04/2024 às 09:31.
Atualizado em 24/04/2024 às 09:31

(Foto: Divulgação)

Existem diversos estilos de vida que envolvem a exclusão do consumo de proteína animal. Vegetarianismo, veganismo ou, inclusive, o flexitarianismo. Já ouviu falar disso? O flexitarianismo une as palavras flex com vegetarianismo, ou seja, a ideia é justamente um vegetarianismo mais flexível, em que ainda há consumo de proteína de origem animal, porém em quantidade reduzidas e moderadas. O flexitarianismo é uma boa opção para quem pretende diminuir o consumo de carne animal e também para quem pretende iniciar no estilo de vida vegetariano e vegano. A ideia central do flexitarianismo é diminuir o consumo de carne, mas não se privar de comer quando sentir vontade. 

Há diferenças básicas entre vegetarianismo, veganismo, onivorismo e o flexitarianismo, mas vamos entender um pouco de cada um. O vegetarianismo inclui uma dieta baseada em vegetais, grãos, legumes e proteína vegetal, mas ainda pode incluir o consumo de produtos de origem animal, como ovos, leites e queijos em vertentes vegetarianas, como o ovolactovegetarianismo. O onivorismo é o tipo de dieta que a maioria das pessoas segue, composta tanto por alimentos de origem animal (como carnes, aves, peixes, frutos do mar, ovos e laticínios) quanto vegetal, sem nenhum tipo de restrição ao consumo de tais proteínas animais. Já o veganismo é considerada a vertente mais radical do vegetarianismo, onde o indivíduo não consome nada que seja de origem animal e também não utiliza componentes animais como vestimentas de couro, lã e seda, além de não usar produtos testados em animais. Por isso existem maquiagens e roupas veganas. 

Mas falando de saúde, quais os benefícios desse tipo de dieta? Excluir, ou diminuir o consumo de carne animal faz bem para o organismo? A dieta flexitariana é focada em uma alimentação reduzida em alimentos de origem animal, como as carnes vermelhas, peixes, ovos, aves, leites e derivados, que são consumidos esporadicamente. Essa estratégia alimentar está relacionada a preocupações com o meio ambiente, os animais e a saúde. De acordo com o nutricionista clínico, Clovis Soares, a dieta flexitariana tem seus prós e contras. “Embora a dieta flexitariana seja geralmente considerada benéfica, é importante destacar que, como qualquer dieta, pode haver alguns pontos negativos. Um estudo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, em 2020, apontou que a falta de planejamento pode resultar em deficiências de certos nutrientes, como ferro e vitamina B12, especialmente em pessoas que reduzem significativamente o consumo de carne”, destacou o profissional. 

(Foto: Arquivo pessoal)

 A universitária Eliza dos Santos, 22, passou dez anos da sua vida sendo totalmente vegetariana, somente há um ano que a dieta flexitariana começou a fazer parte de sua vida. Eliza conta que optou pelo flexitarianismo como uma estratégia mais prática para o dia a dia corrido. “Como o próprio nome diz, ‘flex’, eu buscava uma maior flexibilidade na alimentação, de modo que se encaixasse nessa nova fase da minha vida. Não é prático ser vegetariano e, infelizmente, na nossa região, as opções ainda são escassas. A ideia era que, independente de comer a carne, que eu sempre estivesse me alimentando de maneira nutricionalmente eficiente e de forma que facilitasse o meu dia a dia corrido”, relatou a estudante, que trabalha em dois locais e ainda estuda. 

Do ponto de vista do emagrecimento, a dieta flexitariana pode ser uma boa opção, pois ela inclui o consumo de grande quantidade de vegetais, folhas e grãos que possuem baixo teor calórico, ainda de acordo com Clóvis. “Quanto ao emagrecimento, a dieta flexitariana tem se mostrado promissora. Uma meta-análise de 2021, publicada no Journal of the American College of Nutrition, concluiu que a adoção da dieta flexitariana pode levar a uma perda de peso significativa, principalmente devido ao aumento do consumo de alimentos ricos em fibras e baixos em calorias”, disse. Entretanto, no que se refere aos ganhos de massa (hipertrofia muscular), essa dieta pode não ser a melhor estratégia. “Para aqueles que buscam a hipertrofia muscular, a dieta flexitariana pode ser desafiadora, mas não necessariamente prejudicial. Um estudo publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition em 2017 mostrou que é possível alcançar a hipertrofia muscular com uma dieta vegetariana, desde que haja um cuidado especial na seleção e combinação de alimentos ricos em proteínas vegetais”, finalizou o nutricionista. 

Em resumo, frangolino, se está querendo abandonar o mundo da carne para salvar o planeta, tranquilo, boto fé, vá lá, o flexitarianismo vai te ajudar a chegar no seu objetivo. Mas saiba que toda e qualquer dieta deve ser acompanhada por um nutricionista. Já vimos aqui que existem prós e contras. Não inventa de parar de comer carne do nada sem suplementar com a proteína e as vitaminas adequadas para o seu objetivo, senão seus ganhos na academia serão prejudicados. Eu acho importante sim reduzir o consumo de carne animal, inclusive eu participei um ano daquele movimento “segunda sem carne” e provavelmente voltaria, mas agora meus objetivos são outros. Cuide de você, da sua alimentação, seu treino e seu cardio e tudo dará certo. Confia no processo!

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