Dagoberto Lima Azevedo morreu aos 44 anos em decorrência de um AVC; Foirn, ISA e PPGAS/Ufam lamentaram a partida precoce
Dagoberto Lima Azevedo foi o primeiro indígena a escrever uma tese de doutorado escrita na língua Patrilinear Tukano (Foto: Arquivo Pessoal)
O filósofo, antropólogo e professor Dagoberto Lima Azevedo, da etnia Tukano, o primeiro indígena a escrever uma tese de doutorado escrita na língua Patrilinear Tukano, morreu aos 44 anos de idade em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrido no último sábado (8).
O fato ocorreu durante uma viagem a trabalho na comunidade São Felipe, próximo ao município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros em linha reta de Manaus), onde ele participava de uma oficina de Agentes Indígenas de Manejo Ambiental (AIMAs).
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) lamentou a morte de Dagoberto e também destacou a perda irreparável para a comunidade dos povos originários.
O Instituto Socioambiental (ISA) também lamentou o falecimento de Dagoberto e destacou que ele foi pioneiro ao defender uma tese de doutorado escrita na língua Patrilinear Tukano.
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), também emitiu nota de pesar.
Dagoberto Tukano tinha formação em filosofia pela Faculdade Salesiana Dom Bosco (2008) e atuou de 2010 a 2012 como professor estadual na escola indígena Tukano Yupuri, no médio Rio Tiquié, Terra Indígena do Alto Rio Negro.
Ele era casado com Helena Marques, do povo Piratapuya, e deixa duas filhas, Adele de 6 anos e Ruthiene de 7 meses.
Dagoberto foi o primeiro indígena a defender uma tese de doutorado escrita integralmente na Língua Patrilinear Tukano, no Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com o título bilíngue 'Pátu: u` mu ku oãu` puri/ Páty: pó da memória e conhecimento do Tukano.