polêmica

Empresa responsável pelo VAR explica ausência do equipamento no 1º tempo de Amazonas e Paysandu

A partida que terminou 1 a 0 para o Papão não contou com o auxílio da tecnologia nos 36 minutos iniciais do primeiro tempo

Daniel Prestes
daniel.prestes@acritica.com
11/09/2023 às 19:49.
Atualizado em 11/09/2023 às 19:50

Partida entre Amazonas e Paysandu, pela Série C do Campeonato Brasileiro (Foto: Jeiza Russo / A Crítica)

Uma das grandes polêmicas envolvendo a partida entre Amazonas e Paysandu, que ocorreu no último sábado (9), na Arena da Amazônia, pela segunda rodada do quadrangular da Série C, foi a ausência do VAR nos primeiros 36 minutos de partida. Em nota enviada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a empresa responsável pelo equipamento desculpou-se pelo ocorrido e explicou o motivo do problema. 

"Por motivos técnicos, tivemos hoje no estádio Arena da Amazônia um grave problema com o servidor de replay, que causou atraso na operação da partida entre Amazonas x Paysandu, válido pela Série C. Tentamos, junto da nossa equipe de suporte, todos os procedimentos para recuperá-lo, sendo detectado um problema no hardware. Então utilizamos o nosso equipamento de backup para realizar a substituição do servidor de replay", disse a empresa Broadmedia em nota para a CBF, que continuou.

Nota emitida pela empresa Broadmedia, responsável pelo VAR (Foto: Reprodução)

"O equipamento foi disponibilizado para o início dos testes por volta dos 12 minutos de jogo, com a operação sendo assumida pela arbitragem de forma completa aos 36 minutos de jogo. O equipamento que apresentou falha vai ser encaminhado para a nossa manutenção para reparo imediato. Pedimos as mais sinceras desculpas, à CBF, demais entidades e torcedores pelo atraso da operação de hoje", concluiu.

Por meio de comunicado no dia da partida, A CBF também se manifestou sobre este atraso do uso da tecnologia do VAR. 

"Informamos que, em razão de problemas técnicos na tecnologia do VAR, por parte da empresa Broadmedia, a partida entre Amazonas (AM) x Paysandu (PA), válida pela 2ª rodada da 2ª fase do Campeonato Brasileiro da Série C não teve a tecnologia do VAR até os 36 minutos do 1° tempo. Após a troca do equipamento, a tecnologia ficou disponível na partida", informou a entidade máxima do futebol brasileiro.

Nota emitida pela Confederação Brasileira de Futebol, após a partida entre Amazonas e Paysandu (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao A Crítica, o secretário geral da Federação Amazonense de Futebol (FAF), que atuou como delegado da partida, Rodrigo Novaes, disse que foi informado sobre o problema com a tecnologia do VAR faltando 20 minutos para o jogo começar. Novaes também disse que os capitães e treinadores de ambas as equipes foram informados da situação pelo árbitro baiano Marielson Alves Silva e que não houve nenhuma objeção das partes envolvidas. 

“O árbitro sabia do ocorrido, ele optou pelo início da partida sem o auxílio da tecnologia, comunicou os representantes dos dois clubes, tanto capitães e técnicos, estavam todos cientes e ninguém se opôs. Sendo assim a partida iniciou e, quando acontece assim, pode acontecer qualquer coisa na partida. Infelizmente o erro foi contra o futebol amazonense, mas poderia ter acontecido para o outro lado também. Fato é, que o árbitro decidiu iniciar o jogo e comunicou os dois times”, explicou Novaes.

Amazonas na bronca

O Amazonas soltou uma nota oficial logo após a derrota para o Paysandu. Segundo o time aurinegro, a ausência do VAR em boa parte do primeiro tempo feriu o principio da isonomia, já que no lance em que a arbitragem deu o pênalti ao Paysandu não foi possível o uso da tecnologia para realizar a revisão da jogada. Confira a nota completa da equipe amazonense:

O Amazonas FC vem a público contestar a utilização do VAR durante a partida diante do Paysandu, válida pela segunda rodada do quadrangular final da Série C, disputada no último sábado (9), na Arena da Amazônia. O clube entende que a decisão de iniciar o jogo sem a ferramenta até os 36 minutos do primeiro tempo, causou desequilíbrio técnico nas decisões tomadas pela péssima arbitragem, comandada pelo baiano Marielson Alves Silva.
Não é razoável que, uma partida marcada para acontecer há duas semanas, e sabido por todos que seria obrigado a utilização do VAR, receba a peça que faltava para o funcionamento da ferramenta com a bola rolando. Vale lembrar que, por conta disso, o pênalti que deu a vitória ao adversário não foi revisado, enquanto o que foi marcado ao nosso favor, contou com interferência direta do árbitro de vídeo, ferindo, por completo, o princípio da isonomia.
Pela segunda partida consecutiva, na fase decisiva da competição, o clube entende que não houve um bom funcionamento da ferramenta. Diante do Botafogo, em João Pessoa (PB), o pênalti marcado para os donos da casa contou com imagens inconclusivas para uma tomada de decisão assertiva da arbitragem. Ontem, o VAR demorou cerca de 10 minutos para traçar linhas e detectar um possível – e não claro – impedimento na jogada que culminou com a marcação da penalidade ao nosso favor.
Por fim, o clube lamenta a confusão generalizada ocorrida próximo ao túnel de acesso ao gramado do estádio. Ressaltamos que a delegação do Paysandu foi tratada de maneira cordial, inclusive, com a disponibilidade de segurança particular para controle da equipe. Os fatos serão apurados e encaminhados às autoridades competentes.

FAF reforça 

Através de nota oficial divulgada em suas redes sociais e assinada pelo presidente Ednailson Rozenha, a FAF também se pronunciou a respeito da ausência da tecnologia do VAR em boa parte do primeiro tempo. Confira a nota: 

Comunicamos que a Federação Amazonense de Futebol (FAF) foi informada dos acontecimentos durante a partida entre as equipes Amazonas e Paysandu-PA, realizada no dia 09 de setembro de 2023, na Arena da Amazônia, válida pela segunda rodada do quadrangular final do Campeonato Brasileiro Série C e eventos que requerem nossa atenção.
Antes de tudo, reforçamos nosso firme compromisso com os princípios do fair play, da integridade esportiva e da ética desportiva, valores fundamentais para nós.
É com grande preocupação que destacamos um aspecto crucial desses eventos: a indisponibilidade do sistema VAR durante todo o primeiro tempo da partida. O VAR, que desempenha um papel vital na revisão de lances críticos, não esteve operacional até o segundo tempo da partida, o que afetou significativamente o andamento do jogo e, consequentemente, a revisão do lance do pênalti em desfavor do Amazonas.
Reafirmamos nossa convicção de que todos os jogos devem ser conduzidos com equidade e rigor, independentemente das circunstâncias. A ausência do VAR no primeiro tempo é um fato que merece nossa atenção, e estamos comprometidos em buscar as devidas explicações e garantir que situações similares sejam evitadas no futuro. Tomaremos medidas junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para identificar os responsáveis pela ausência do VAR no primeiro tempo e avaliar as razões desse ocorrido.
Além disso, lamentamos profundamente os incidentes que surgiram após a anulação do pênalti, resultando em tumultos físicos na entrada do túnel de acesso aos vestiários. Salientamos veementemente que a violência não possui espaço no esporte e reiteramos nossa repulsa a qualquer conduta que ameace a integridade física dos envolvidos. Expressamos nossa solidariedade ao nosso Diretor de Competições, Claudio Nobre, que foi alvo de agressão durante a confusão.
Nossos esforços continuam voltados para a preservação da integridade do futebol e a proteção de todos que participam deste esporte, sejam atletas, membros da comissão técnica ou torcedores. Continuaremos a trabalhar incansavelmente para garantir que o futebol no Amazonas seja um ambiente de competição justa e respeito mútuo.
Agradecemos a compreensão e o apoio de todos aqueles que compartilham de nossos valores e que estão comprometidos com o crescimento e o desenvolvimento do esporte em nossa região.
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