Maternidade

Mãe aos 50: o que é preciso para gestar em segurança nesta idade

O recente anúncio da gestação da atriz Claudia Raia, de 55 anos, reacendeu o debate sobre a gravidez tardia. A obstetra Janete Vettorazzi elenca tudo o que é necessário saber sobre o assunto

Tiago Melo
online@acritica.com
24/09/2022 às 17:04.
Atualizado em 24/09/2022 às 18:51

É necessário tomar alguns cuidados específicos em gestações nesta faixa etária (Reprodução/Internet)

Estamos vivendo uma nova era da reprodução humana, em que as mulheres vêm buscando constituir novos modelos de família após os 50 anos, gerando novos desafios ao corpo, à mente e aos médicos.

É o caso da atriz Claudia Raia que recentemente, aos 55 anos, anunciou estar grávida do seu terceiro filho. Conversamos com a ginecologista e obstetra Janete Vettorazzi, membro da Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco, para falar sobre os perigos e cuidados de uma gestação tardia.

Segundo a especialista, as gestações após os cinquenta anos de idade, principalmente após os quarenta, estão relacionadas a mais riscos de complicações. “Entre os riscos, as intercorrências que podem acontecer, está o risco de cromossomopatia, dentre elas a Síndrome de Down, risco de hipertensão, da diabete e de outras alterações relacionadas à placenta”, destacou Vettorazzi.

Vale destacar que a gravidez natural após os 50 anos é extremamente rara e pode trazer riscos genéticos ao bebê. Estas mulheres estão em sua maioria na peri ou pós-menopausa e para que a gravidez ocorra é necessário recorrer à reprodução assistida por meio de fertilização invitro com óvulos previamente criopreservados ou doados. O ideal é que o congelamento de óvulos tenha sido realizado antes dos 35 anos, pois, quanto maior a idade, maior o risco de alterações genéticas para os embriões.

Cuidados redobrados

De acordo com a ginecologista e obstetra, qualquer gestação acima dos 35 anos é considerada idade materna avançada, portanto, são casos que necessitam de cuidados especiais durante o pré-natal, além do rastreamento de risco a cada consulta.

“Um desses cuidados é o uso de ácido acetilsalicílico, em doses baixas, para diminuir o risco de pré-eclâmpsia. Deve-se, também, acompanhar o ritmo de crescimento do bebê, que nesses casos costuma ser mais devagar, sendo necessárias algumas intervenções, ecografias mais frequentes e até a decisão por um nascimento um pouco antes das 37 semanas”, explicou Vettorazzi.

Mulheres que desejam engravidar após os 50 anos também devem passar por uma avaliação psicológica, clínica e cardiológica criteriosa e devem ter um obstetra que acompanhe esta gestação de alto risco.

Existe a idade certa?

Em relação à melhor idade para engravidar, Vettorazzi defende que seria entre os 25 e 30 anos, um momento na vida da mulher em que os riscos gestacionais são mais baixos.

Contudo, não devemos observar apenas a idade, afinal, existem outros fatores que aumentam o risco de complicação. É importante, por exemplo, levar em consideração o peso adequado da gestante, uma dieta adequada e outras doenças, como hipertensão e diabetes.

“Isso não impede, é claro, de que as gestações após os 40 e 50 anos não tenham um bom desfecho. Isso é possível desde que o pré-natal, os exames e o acompanhamento do crescimento fetal sejam realizados adequadamente. E quanto mais saudável a mulher, e isso vale para qualquer idade, melhor será o desfecho gestacional”, concluiu a especialista.
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