Exposição entra em cartaz neste domingo (8), dentro da programação do 'Bloco na Rua', que ocorre na Av. Eduardo Ribeiro, Centro
(Foto: Arquivo Pessoal)
A inspiração das ilustrações da artista visual Ester Silva, 21, surgiu das histórias de mulheres africanas da tribo Iorubá. “Onde as mulheres são consideradas bruxas, mas os iorubá creem que a sociedade não pode sobreviver sem elas, pois são fortemente símbolo da fertilidade”, destaca a artista.
Ainda segundo Ester, essas mulheres têm a responsabilidade de estabelecer vínculos de conexão entre as entidades divinas: os ancestrais. “Disponibilizando o legado cultural como a religiosidade, a educação, a poética, a dança, o legado musical, a estrutura político-social, no meio ambiente e na relação com suas gerações”, complementa a jovem.
As referidas ilustrações fazem parte da exposição “Resistência.Mulher”, disponível para visitação no dia 8 de março, dentro da programação do Bloco Na Rua, na Avenida Eduardo Ribeiro, Centro. “Estarei levando ilustrações, adesivos, colagens manuais, caderninhos artesanais e muito mais”, declara a artista.
Estilo
Ao todo, são sete ilustrações que retratam a figura feminina. A paleta de cores utilizada pela artista envolve os tons nude, distribuindo-se em peles meio tom (morena) e peles negras. “Para os detalhes além da pele uso cores vivas [como o rosa e o amarelo]. A técnica usada nas ilustrações é aquarela sobre papel Canson A4”, afirma Ester.
Para desenhar o projeto, Silva utiliza como modelos algumas personalidades femininas da capital amazonense. “A cantora Elisa Maia foi a primeira [imagem] criada desse projeto. E pretendo utilizar mais personalidades da capital, como as talentosas Karen Francis e a grafiteira Deborah Erê, além de outras que estão na minha lista”, comenta.
Conforme Ester, cada mulher escolhida para ser transformada em arte carrega consigo uma missão - que motivou a escolha. “Seja ela na música, na dança, na educação e na estrutura política, onde naturalmente cada uma fortemente gera o ato ou efeito de resistir em meio à sociedade em que vivemos hoje”, complementa ela.
Como mulher, Ester alega seguir resistindo por meio do poder da criação, por meio de viver arte e por meio do respeito e da bênção de seus ancestrais. “De vivência e da minha história até aqui. É meu instrumento de voz, é uma espécie de curativo até. A arte é resistência, sempre foi”.
Serviço
O quê: Exposição "Resistência.Mulher"
Quando: 8 de março, a partir das 10h
Onde: Avenida Eduardo Ribeiro, Centro
Quanto: Acesso gratuito