Força-tarefa acaba com festa em Parintins com adolescentes alcoolizados e drogados
Duas adolescentes alegam também que foram drogadas e abusadas sexualmente na festa “Baile da Gaiola” 23/12/2018 às 18:05 - Atualizado em 23/12/2018 às 20:14
Uma festa intitulada “Baile da Gaiola” em Parintins terminou neste sábado (22) com adolescentes encaminhados aos hospitais do município, distante 369 quilômetros em linha reta de Manaus, em coma alcoólico e com quadro de overdose, além de duas meninas que alegam terem sido drogadas e abusadas sexualmente. A informação foi divulgada pelo coordenador do Comissariado da Infância e Juventude da Comarca de Parintins, João Vinícius Tavares Lago.
Na festa foram flagrados mais de 200 menores de idade, entre eles 17 crianças, estando a maioria deles em visível estado de embriaguês e sob uso de substâncias entorpecentes. Os organizadores da festa, após a chegada da Força-tarefa, evadiram-se do local pulando o muro e empreendendo fuga pelo Lago do Macurany. A operação foi realizada por ordem do Juiz da Infância e Juventude da Comarca de Parintins, Dr. Saulo Góes Pinto, e por recomendação do Ministério Público, através da Dra. Lilian Nara Almeida, promotora da Infância e Juventude da Comarca de Parintins.
Segundo relato dos próprios adolescentes a festa foi organizada pelas redes sociais e nela havia a comercialização de bebidas (cerveja, cachaça, vodka) e drogas, entre elas maconha, cocaína, pasta base de cocaína, oxi e crack. Os menores de idade somente foram liberados com a presença dos pais ou responsáveis, oportunidade em que os responsáveis foram notificados a comparecerem ao Ministério Público para os procedimentos cabíveis.
O local da festa foi interditado, toda aparelhagem de som (mesa DJ, mesa de som, caixas de som, microfones) foram apreendidos pela Secretaria de Meio Ambiente e o local foi multado pela Secretaria de Terras e Arrecadação. A festa acontecia sem autorização da prefeitura, sem autorização da Secretaria de Terras e Arrecadação e sem autorização da Secretaria do Meio Ambiente.
Os organizadores do evento, bem como os responsáveis pelo local onde ocorreu o evento, foram identificados e serão indiciados pelos crimes de venda de bebida alcoólica para menores de idade (art. 243, do ECA); corrupção de menores (art. 218 do CP); tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/06); estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) e demais crimes a serem denunciados pelo Ministério Público.
A operação continuou com a fiscalização dos estabelecimentos da Praça dos Bois e da Avenida Amazonas, principal avenida da cidade, tendo os estabelecimentos sido notificados quanto à altura e horário da utilização de som e cientificados que está proibida a interdição da Avenida Amazonas sem autorização dos órgãos competentes.
A Força-tarefa foi coordenada pelo Comissariado da Infância e Juventude da Comarca de Parintins em parceria com a Polícia Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Terras e Arrecadação, SEMASTH, CREAS e CRAS.
Posicionamento
Por meio de nota, a Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso manifestou seu total apoio à ação realizada pela Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Parintins, comandada pelo juiz Saullo Góes Pinto, em um evento no Clube de Campo da Associação e, ao mesmo tempo, se posicionou sobre a liberação do imóvel para que a programação fosse desenvolvida.
Conforme a agremiação, o Clube de Campo da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso é terceirizado para um grupo de artistas que tem à frente o artista e sócio Glaucivan Silva. Dentro do contrato feito com o bumbá, em grandes eventos, com bilheteria e venda de bebidas alcóolicas, é cobrada uma taxa e a liberação de alvará para a realização do evento junto à Prefeitura Municipal de Parintins. Entretanto, nesta época de fim de ano, o clube estava sendo locado apenas para a realização de confraternizações de empresas, com a cobrança de uma taxa simbólica para manutenção do clube.
O responsável do imóvel, Glaucivan Silva, afirma que foi enganado pelo responsável da festa, que fez a locação do clube para uma confraternização e ação social que teria início neste sábado (22), às 17h e encerraria à 00h. O responsável pela organização da suposta confraternização ainda se comprometeu que o evento não envolveria menores, o que Glaucivan deixou claro que não era permitido.
No dia da programação Glaucivan foi no clube no horário que o evento deveria começar, ficou durante horas no local e voltou a chamar atenção dos organizadores, recebendo como resposta que estavam atrasados, mas que logo chegariam para dar início à programação. Mais uma vez o homem identificado como Francinaldo Pessoa informou que cumpriria todas as exigências solicitadas pelo responsável pelo Clube. Glaucivan, confiando na palavra e na atitude daquele homem, foi para casa e no início da madrugada foi acionado pela justiça e pelo Conselho Tutelar já com a interdição do local.
Hoje, após a divulgação das ações realizadas pela Justiça, o coordenador do Clube de Campo descobriu que as informações que estavam sendo repassadas pelo organizador da "confraternização” eram falsas e que o horário do evento com a presença de menores estavam sendo definidos em grupos de Whatsapp.
O Boi Caprichoso e o artista Glaucivan Silva foram lesados por um homem que agiu de má fé, junto ao artista, sócio e à própria Associação Cultural. Diante disso, não tiramos nossa responsabilidade de não ter feito uma apuração mais detalhada sobre a veracidade do evento e, ao mesmo tempo, nos colocamos à disposição das entidades envolvidas na ação para todo e qualquer tipo de esclarecimento.
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