TOP 3 MAIS VIOLENTOS

Anuário da Segurança Pública: Amazonas foi o 3º estado mais letal do país em 2022

Estado apresentou taxa de mortes violentas intencionais de 38,8 por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Amapá e da Bahia

Karol Rocha
online@acritica.com
20/07/2023 às 13:33.
Atualizado em 20/07/2023 às 14:32

(Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA/2023)

O Amazonas ocupou a terceira posição de Estado mais letal do país em 2022, segundo o levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para se ter ideia, o Amazonas apresentou taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) de 38,8 por 100 mil habitantes no ano passado e esteve abaixo de apenas duas Unidades da Federação: o Amapá, que registrou taxa de MVI de 50,6 por 100 mil habitantes - mais que o dobro da taxa nacional (23,4) - e a Bahia, com taxa de 47,1 por 100 mil habitantes.

De acordo com o levantamento, o Amazonas teve 1.672 mortes violentas em 2021, enquanto no ano passado, em 2022, registrou 1.531 mortes violentas. Apesar da queda de registros, o Estado continua entre as Unidades da Federação mais letais do país.

Em relação a Manaus, a capital amazonense ocupou a 23ª posição de cidades mais violentas do país em 2022, com taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) de 53,4 por 100 mil habitantes. No ano passado, Manaus registrou 1.102 mortes violentas e em 2021, contabilizou 1.119 mortes violentas. Sendo assim, a taxa que era, em 2021, de 58,6, diminuiu para 53,4, em 2022.

Entretanto, mesmo com a pequena queda, Manaus foi a quarta cidade mais violenta da Região Norte em 2022 e esteve atrás apenas de Altamira (PA), que registrou taxa de 70,5; Macapá (AP), com taxa de 70,0, e Itaituba (PA), com taxa de 61,6.

Estado ficou apenas atrás dos estados do Amapá e Bahia entre os mais violentos no ano de 2022 (Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Violência na Região Norte

O estudo mostrou ainda a variação das taxas de MVI no período mais recente por região. Na análise, o documento destaca que a Região Norte teve uma redução de violência letal de 2,7% e, no Nordeste, chegou a 4,5% de queda em 2022.

Mas considera que os dados de violência para as duas regiões continuam significativos. "Apesar do resultado positivo, as duas regiões ainda convivem com taxas muito elevadas de violência letal", destaca o texto do anuário divulgado nesta quinta-feira (20).

Como razão para tanta violência, o documento lembrou o racha entre as duas maiores organizações criminosas do país, o PCC e o Comando Vermelho, que saíram da região Sudeste e tomaram conta de outras partes do país, como dos Estados da Amazônia Legal.

"Em meados dos anos de 2010, as duas facções passam a explorar cada vez mais as alianças firmadas no sistema prisional de estados da região amazônica, o que transferiu estes conflitos para territórios da região e permitiu a associação de grupos do narcotráfico a lideranças de outros ilícitos, como madeireiros e garimpeiros", destacou o texto.

O documento atribuiu a dois fatores que podem ter contribuído para o aumento da violência letal na região da Amazônia Legal. "...a intensa presença de facções do crime organizado e disputas entre elas pelas rotas nacionais e transnacionais de drogas que cruzam a região; e o avanço do desmatamento, garimpos ilegais e a intensificação de conflitos fundiários, que resultam também no crescimento da violência letal", apontou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no Anuário.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública

(Foto: Junio Matos)

Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a categoria mortes violentas intencionais (MVI) agrega as vítimas de homicídio doloso (incluindo feminicídios e policiais assassinados), roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de intervenções policiais.

De acordo com a Instituição, para o cálculo das taxas de homicídios para o país, regiões e segmentos etários para os últimos anos, "foi necessário reestimar os totais populacionais – usados como denominadores das taxas - à luz dos resultados divulgados do Censo Demográfico de 2022."

Ainda segundo o Fórum, até o ano passado, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública empregava as estimativas populacionais derivadas das projeções populacionais divulgadas pelo IBGE. Além de dados como o de mortes violentas intencionais (MVI), o documento traz uma série de outros levantamentos importantes de 2022, como dados sobre violência sexual; Pessoas desaparecidas; Registros de Injúria Racial, Racismo e Racismo por homofobia ou transfobia; Violência contra a mulher, dentre outros.

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