A Câmara pretendia eleger o novo presidente da Casa e a composição da mesa diretora, mas quando Sassá Jefferson começou a ler o ato de extinção do mandato de Lindynês Leite, a vereadora avançou em direção ao presidente e bateu com a mão na mesa onde o documento de cassação estava posto
A extinção do mandato da vereadora Lindynês Leite (PMN) por excesso de faltas, em Manacapuru, causou uma confusão generalizada que motivou o encerramento da sessão legislativa por “insegurança”. O pedido para cassação aconteceu às vésperas da eleição para a presidência da Casa e foi realizado pelo 1º suplente (quem assume a vaga imediatamente) da vereadora, Robson Nogueira, e oficializado em ato do atual presidente da Câmara, Sassá Jefferson (REP), datado da última quinta-feira (1).
Na sessão desta segunda-feira (5), a Câmara pretendia eleger o novo presidente da Casa e a composição da mesa diretora, mas quando Sassá começou a ler o ato de extinção do mandato de Lindynês, a vereadora avançou em direção ao presidente e bateu com a mão na mesa onde o documento de cassação estava posto.
Um vídeo registrou o momento:
Durante a sessão, Lindynês afirmou que possui um mandado de segurança que garante a permanência no cargo por não ter lhe sido assegurada a ampla defesa antes da extinção do seu mandato. No entanto, vídeos mostram o presidente da Casa ignorando o documento. Em seguida, após a vereadora ter ido até a mesa, ele suspendeu a sessão, o que aumentou ainda mais a tensão na Câmara.
Por trás do conflito entre a vereadora e o atual presidente, está a eleição para a presidência da Casa Legislativa. Aliados da parlamentar afirmam que a extinção do mandato de Lindynês foi uma retaliação após ela ter apoiado a candidatura do vereador Tchuco Benicio (Cidadania).
Durante coletiva após a sessão, a vereadora acusou o presidente da Câmara de infringir o regimento interno da Casa. “O suplente fez essa denúncia [de faltas da vereadora] e no mesmo momento ele [o presidente] leu o ato antes da sessão, o regimento não permitia, ele leu o ato, me cassou em seguida e já tinha convocado meu suplente, que estava no plenário da Câmara, para empossá-lo em seguida e assim ele votar no meu lugar e fazer com que a chapa deles fosse vencedora”.
Em vídeo publicado nas redes sociais na noite de ontem (4), a vereadora confirmou que havia faltado mais de um terço das sessões da Câmara, o que pode gerar perda de mandato, mas disse que não lhe foi garantida a ampla defesa para explicar o que motivou as ausências. “Eu fiquei ausente, mas no ano de 2021, exatamente nesse período, eu estava dentro do hospital Lázaro Reis, dentro do hospital de campanha, acompanhando a minha avó e a minha mãe que estavam em estado grave, acometidas pela covid-19”, afirma a parlamentar, que perdeu a avó no período.
A reportagem ainda tenta contato com o presidente da Câmara, Sassá Jefferson. Nas redes sociais do parlamentar, não há qualquer manifestação a respeito dos acontecimentos. O espaço continua aberto para manifestações.