Advogado morto a tiros sabia que Sotero era delegado, afirma perita
Jussara Joeckel, que integra a defesa de Gustavo Sotero, acredita que ambos estavam alcoolizados durante o fato que resultou na morte de Wilson Justo Filho
A perita criminal Jussara Joeckel, que compõe a defesa de Gustavo Sotero, disse nesta segunda-feira (29) que Wilson Justo Filho, que morreu após ser alvejado três vezes por Sotero em uma casa noturna de Manaus em 2017, sabia que o réu era delegado da Polícia Civil e que ambos estavam, provavelmente, alcoolizados durante o fato que resultou na morte do advogado e em três pessoas feridas.
De acordo com Jussara, Wilson 'avançou' contra Sotero diversas vezes sabendo que ele era um delegado de polícia.
"A cena toda aconteceu em 8 segundos. Ele [Sotero] se identificou como sendo delegado de polícia após ter recebido um violento soco que ocasionou em um 'chicote' da cabeça dele e ele chegou a cair pra trás. Quando voltou à cena, ele se identificou como sendo delegado de polícia [novamente] e dois dos rapazes, que estavam à frente dele, tentaram tomar a arma dele. Esse foi o momento que ele desferiu o primeiro disparo", disse a perita, para sustentar o argumento de legitima defesa, durante entrevista ao chegar no Fórum Ministro Henoch Reis, na Zona Centro-Sul, onde ocorre o julgamento de Sotero.
Sobre estar possivelmente alcoolizado, Jussara explicou que é uma questão administrativa. "Ao que se refere por estarem em uma casa noturna, provavelmente ambos [Sotero e Wilson] estavam alcoolizados", declarou, acrescentando que o fato de Sotero estar armado tem que ser levado para a Corregedoria da Polícia Civil.
"Ele tem que receber a punição adequada, mas estamos tratando de um crime de homicídio e isso seria outra coisa. Um fator leva ao outro, por isso acreditamos que ele seja punido pela Corregedoria e é possível que perca o cargo", destacou.
*Colaborou o repórter Robson Adriano.