Crise na Baixa

Sebastião Jr. quebra silêncio, xinga presidente do Garantido e diz: 'Galera não atura mais safadeza'

Ex-levantador de toadas anunciou sua saída do Boi no último dia do festival, horas antes da apresentação. Nas redes, desabafou sobre situação na baixa.

Isabella Pina
online@acritica.com
04/07/2022 às 18:27.
Atualizado em 04/07/2022 às 18:48

(Foto: Reprodução)

O levantador de toadas Sebastião Jr. quebrou o silêncio desde o anúncio de sua saída do Garantido e foi às redes sociais chamar o presidente do Garantido de mentiroso, escrachar a sua  gestão ao cobrar a falta de investimento na apresentação do Boi no festival deste ano e os pagamento atrasados de salários na Boi da Baixa. 

Depois de uma semana em completo silêncio sem querer se manifestar sobre toda o caos que se instala na Baixa, Sebastião abriu a fala, em postagens, rebatendo a alegação do presidente Antônio Andrade de que queria ser o único levantador do Garantido - dentre 4 que foram ao festival.

“Eu queria ser o único levantador do Garantido. Eu não tenho vaidade, não, Antônio Andrade. Se eu quisesse ser o único levantador eu não teria assinado contrato quando você me chamou. Você assinou contrato primeiro com David, Edilson, Márcia e você me chamou por último. Eu fui lá e assinei. sabe por quê? Não foi por causa de você não. Foi por causa do meu Boi, Garantido, da galera. Você vem dizer que eu queria ser o único".

Em parte da entrevista divulgada em post pelo levantador, o presidente Antônio Andrade afirma que Sabá  "está com problemas graves nas cordas vocais, um calo nas cordas vocais. Não teria condições de fazer as três noites. Não teria condições de ter entrado. Na primeira estava bem rouco".

"Ainda vem falar numa entrevista que ‘o Sebastião não aguentaria as três noites porque tá com problema sério na voz. Tá com calo nas cordas vocais’. Que que é isso, presidente? Que mentira esfarrapada é essa. Graças a deus, quem canta por mim não sou eu, são meus anjos que me rodeiam. Que antes de entrar em qualquer palco e arena, peço para cantarem comigo. […] Eu aguento três noites, quatro, cinco seis, o que for. Um mês cantando eu aguento. Só não venha com mentira que a galera não atura mais a sua safadeza. Não venha com mentiras pra cima de mim e da nação vermelha que você não vai enganar”, desabafou Sabá.

O desabafo fica ainda mais intenso quando o levantador levanta questões financeiras e cobra do presidente o uso do repasse de R$ 6 milhões ao Boi dentro da produção do espetáculo, afirmando que o Garantido não pagou fogos de artifício e ‘entrou com alegorias escrot*’ na Arena. 

“Dia 12 de maio você recebeu R$12 milhões. Cadê esse dinheiro. Você não pagou fogos, levou alegoria escrot* pra dentro da arena. Não pagou o David, não pagou Israel, não pagou ninguém. Eu gastei R$ 25 mil do meu bolso em Parintins, você sequer me atendia. Eu mandava mensagem me você não respondia. E depois de tudo isso queria falar comigo. E vem dizer que não foi para a apuração porque estava esperando para falar comigo. Para com isso, cara. Quantos anos você tem. Eu tenho 35 anos, não sou nenhum moleque não”, prossegue em tom alterado o cantor e compositor.

Sabá anunciou sua saída do Boi da Baixa no domingo, último dia de festival, na passagem de som horas antes da sua apresentação final. Na manhã seguinte, os outros dois levantadores, David Assayag e Edilson Santana anunciaram sua saída do boi. Sebastião revelou o motivo da debandada. Além, da saída dos itens, a Direção Geral de Espetáculo também foi encerrada.

“Você mandou três pessoas irem conversar comigo no camarim na terceira noite dizer que a DGE estava desfeita e falou que no outro dia de manhã ia dar as contas do David e do Edilson e queria anunciar minha volta antes da apresentação. Você é louco. O David e o Edilson entregaram porque você ia dar as contas deles”, diz.

Em outro momento, complementa, direcionando a fala a David Assayag, e afirma que o presidente jogou a carreira do lendário levantador no ‘fundo do poço’. “David, Você não merece isso, você tem uma história no Festival, no Boi Garantido, você é a voz da Amazônia. Esse presidente lhe usou, David. Lhe respeito muito, lhe admiro demais. Edilson é gente boníssima. Márcia nem se fala, voz espetacular”. 

Sabá, que logo após o final do festival foi para Juruti, no Pará, afirma que, se tivesse ficado nos dias seguintes em Parintins, teria ‘atacado fogo’ na Cidade do Garantido junto com um grupo de kaçauarés, trabalhadores que estão com salário atrasados, e protestaram na última semana.

“O desrespeito que esse presidente vem fazendo com nós, artistas… Se eu tivesse com os kaçauarés, lá em Parintins, ainda, no dia que atacaram fogo atrás de dinheiro,  eu também ia tacar fogo”. 

Sebastião encerra o longo desabafo lembrando do histórico do presidente, que geriu o Boi em 2001, e reforçando que sabe da sua história. ‘Sei a merd* que você fez. Do rombo que você deixou. Todo mundo sabe”.

“Você não vai se sair dessa galera não. Pensa que a galera vai entrar na sua conversinha, não vai. Todo mundo assistiu o festival e viu. Até artistas globais que estavam em Parintins, comentaram do investimento que o Caprichoso fez e você não fez. Saíram decepcionados com você. E a nossa torcida foi aos trancos e barrancos, chegou ao final do festival pulando e gritando. E você não deu a mínima. Eu sei, eu te conheço. Agora vai lá, toca o boi”, encerra. 

Assuntos
Compartilhar
Sobre o Portal A Crítica
No Portal A Crítica, você encontra as últimas notícias do Amazonas, colunistas exclusivos, esportes, entretenimento, interior, economia, política, cultura e mais.
Portal A Crítica - Empresa de Jornais Calderaro LTDA.© Copyright 2024Todos direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por